roseiral
cheiro e admiro a exuberância do roseiral
na altura da sua floração
porque depois vem o inverno.
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cheiro e admiro a exuberância do roseiral
na altura da sua floração
porque depois vem o inverno.
Conta a história de uma amizade cúmplice, inteira, que durou três anos. Dois homens, em espelho, a afinarem dissonâncias várias com vontade e desejo postos mais além, na perfeita sintonia. De conduta e, sobretudo, intelectual.
A completa fusão não deveria ser desejada.
O autor justifica o afastamento com a ambivalência dos tempos modernos. Com detalhe. Reconhecemo-nos em muitos pensamentos e atitudes e o exagero extremo a que recorre também é saudável porque, por vezes, o torna risível, enquanto noutras é trágico.
Nesta tal ambivalência dos tempos modernos onde vemos de tudo, dominantemente feio, prudente e conveniente, falta-nos mais bondade, inocência, generosidade, alegria e outras tantas atitudes bonitas que também fazem parte da nossa natureza.
e ele disse: continuei contigo porque não te queria desiludir.
Ela que tinha acabado de chegar à toalha para secar o corpo – depois de um banho tão retemperador que lhe deve ter parecido o paraíso - olhou para ele e abriu os olhos, como se não o conhecesse.
E a testa passou a ter legendas. Terá pifado? Alguma doença neurológica que não se reconhece à primeira?
Mas não. Ele falou com um ar absolutamente limpo, de quem analisou.
A segurança e o cinismo dele provocaram-lhe uma paralisação de emoções. Não chorou nem amuou. Incrivelmente viu-se a reagir àquela realidade como se estivesse de fora. Como se a situação não lhe doesse.
Perguntou-lhe: em quantas missões humanitárias já participaste?
e quantas refeições não comeste para as oferecer a alguém com fome?
o que é que tens feito pelos outros para te considerares tão generoso?
Dizes que ficaste comigo para que não sofresse. Então e hoje? Esgotaste a compaixão?
Não, não te convenças de tão ilustre imagem. És burro.
Arrumou as roupas na mochila e foi-se embora.
Era só namoro, pensei eu. Ainda não têm bens e dívidas em comum.
Vai criar uma crosta que, com o tempo, vai cair. Mas a memória da ferida vai fazer-lhe companhia, nem que seja para relativizar outras, porventura maiores, que aconteçam.