Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

agalma

talvez a emoção que menos estimule o poeta seja a alegria, tão breve e rara de sentir

talvez a emoção que menos estimule o poeta seja a alegria, tão breve e rara de sentir

André Barata, E se parássemos de sobreviver?

Uma reflexão inteligente e humanista sobre os tempos que vivemos. Sem alarmismos mas sentindo a urgência de sabermos que os nossos comportamentos já deveriam ter mudado ontem.

É preciso parar para pensar. Hoje e sem fundamentalismos. Não é possível, nem necessário, voltarmos à caverna, até, porque têm sido valiosos os benefícios que a tecnologia nos tem dado para resolver tantas tarefas que anteriormente escravizavam quem as fazia. Também já não é possível ignorar as provas da agressão que tem sido feita ao mundo natural, na terra, no ar e no mar os recursos escasseiam e estão adulterados. Mas, sobretudo, não podemos continuar a aceitar tantas imposições de mercado que nos criem ainda mais necessidades. Estou a lembrar-me do turismo massificado e dos gastos ambientais que provoca comparando, na maioria das vezes, com a banalidade da experiência.

Há um desajuste entre a realidade e a sua representação não só entre garotos, quando se fala nos vídeos com armas e a sua significação real, mas também entre nós, adultos, o que se torna grave pela indiferença, e consequente demora, na mudança de atitudes como resposta.

Reflecte ainda, e bem, na atitude política porque a vida é política, como sabemos, e o RBI é uma solução quase a curto prazo, dado o desemprego a que já se assiste.

Por tudo isto precisamos, mesmo, de parar de funcionar para podermos pensar.

Milan Kundera, Os Testamentos Traídos

Estive muito tempo sem ler este escritor, e até me estranhei quando, assim de repente, quase sem pensar, entrei na livraria e comprei dois livros dele. A festa da insignificância e Os testamentos traídos. O primeiro li-o como me lembrava de ler Milan Kundera, sem surpresa. Fala de quatro amigos já com caminho andado e louva as pequenas situações e emoções do dia a dia como o tesouro dourado a alcançar, festejando a insignificância de tudo, sem se importarem verdadeiramente com coisa nenhuma, apesar da ironia habitual quando fala da vida contemporânea – na alusão ao desfile de umbigos - e às feridas antigas da guerra. Para mim é pouco. Preciso de sentir valores sem ironia, como a indignação e a gratidão.

Talvez por isso gostei de ler o segundo livro. Uma reflexão minuciosa sobre, essencialmente duas artes, criar música e escrever romances, mas também sobre a lealdade. De quem recebe e divulga as obras e o mau uso que tantas vezes ocorre.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D