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é amar.
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é amar.
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Porém, as ilusões perdidas são apenas metade do problema. Ao reduzir tudo à economia, e ao autorizar mentiras sistemáticas do tipo das que mataram o Lehman Brothers e justificaram o fiasco do Iraque, o neoliberalismo absolveu toda uma geração de juízos morais. Desde que se obedecesse aos rituais de execução do neoliberalismo - no trabalho, no ginásio, no bar -, o sistema era neutro para as nossas convicções éticas.
… tornou-se uma espécie de teatro ritualizado.
… é crucial compreender o fio condutor filosófico que parte de Nietzsche, passa por Hitler e chega aos neoconservadores dos EUA da era do Iraque e da direita alternativa de hoje. Nietzsche é o filósofo polivalente da política reacionária. Ele diz ao espírito da classe média, insatisfeita com a conformidade directiva, que há uma forma mais elevada de rebelião do que a proposta por socialistas, feministas e outros progressistas, isto é, uma rebelião de um só indivíduo contra a moralidade, a favor de si mesmo.
…Olhando retrospectivamente para esse período, 1911, conhecido por Grande Desassossego, Woolf escreveu: Todas as relações humanas mudaram; as que havia entre senhores e servos, maridos e mulheres, pais e filhos. E quando as relações humanas mudam, há ao mesmo tempo uma mudança na religião, na conduta, na política e na literatura.
… O fascismo a que temos de resistir não é só o fascismo da extrema-direita, escreveu Foucault. É o fascismo em todos nós, na nossa cabeça e no nosso comportamento quotidiano, o fascismo que nos leva a adorar o poder, a desejar precisamente aquilo que nos domina e nos explora.
…o grupo, escreveu Foucault, não deve ser o elo orgânico que une indivíduos hierarquizados, mas um gerador constante de desindividualização.
Vamos compreendendo, ao longo da vida, que a verdade é um cubo e que a nossa verdade é a face para a qual olhamos, porque é com essa verdade que enfrentamos, desejamos e vivemos. As outras, também verdades para quem nelas acredita, não me criam empatias ou justificações e é sobre elas que o meu cubo assenta, sei que existem mas não me interessam. Gostei de ler este livro por falar de conceitos e de realidades que me interessam, e porque o espelho, muitas vezes, é um consolo.
Vivemos um tempo de fatalidade, por mudanças sociais e ambientais muito rápidas nas nossas vidas, e por não avistarmos sinais de esperança ou de combate com resposta a curto prazo. Também ajuda, e muito, a tendência em centrar a resposta no eu merecia melhor, focar a habilidade de quem se safa, certificado com fotografias em ambientes de vidros transparentes, sejam trabalhos ou ginásios e, com alguns sinais enganadores de bem estar abandonamos a verdadeira camaradagem em colectivo, onde se fala a conversa do coração e da política, porque não nos podemos afastar da cidadania. Falarmos do que nos preocupa enquanto contemporâneos e humanos. Sem queixinhas e com respeito por quem está pior do que nós.