André Barata, E se parássemos de sobreviver?
Uma reflexão inteligente e humanista sobre os tempos que vivemos. Sem alarmismos mas sentindo a urgência de sabermos que os nossos comportamentos já deveriam ter mudado ontem.
É preciso parar para pensar. Hoje e sem fundamentalismos. Não é possível, nem necessário, voltarmos à caverna, até, porque têm sido valiosos os benefícios que a tecnologia nos tem dado para resolver tantas tarefas que anteriormente escravizavam quem as fazia. Também já não é possível ignorar as provas da agressão que tem sido feita ao mundo natural, na terra, no ar e no mar os recursos escasseiam e estão adulterados. Mas, sobretudo, não podemos continuar a aceitar tantas imposições de mercado que nos criem ainda mais necessidades. Estou a lembrar-me do turismo massificado e dos gastos ambientais que provoca comparando, na maioria das vezes, com a banalidade da experiência.
Há um desajuste entre a realidade e a sua representação não só entre garotos, quando se fala nos vídeos com armas e a sua significação real, mas também entre nós, adultos, o que se torna grave pela indiferença, e consequente demora, na mudança de atitudes como resposta.
Reflecte ainda, e bem, na atitude política porque a vida é política, como sabemos, e o RBI é uma solução quase a curto prazo, dado o desemprego a que já se assiste.
Por tudo isto precisamos, mesmo, de parar de funcionar para podermos pensar.