Javier Marías, Berta Isla
Já quase no fim do livro, pensa Berta
E descobrimos – na verdade, sem grande surpresa – que existem lealdades imerecidas e incondicionalidades inexplicáveis, pessoas com as quais tivemos uma determinação e um propósito juvenis ou, melhor, primitivos, e em que o primitivismo prevalece sobre a maturidade e a lógica, sobre o ódio dos enganados e o ressentimento.
Um excelente livro sobre a disponibilidade e o altar que cada um dá ao amor. Neste caso, ao amor conjugal.
Javier Marías, sábio a escrever e a criar cumplicidades, lembra-nos a dignidade de aceitar, sem fatalismos e de cabeça levantada, não só o que escolhemos como o que daí decorre. Até.
Porque nada é eterno, nem mesmo as nossas contradições.